Você já ouviu falar em PVHIV? A sigla significa Pessoas Vivendo com HIV e, mais do que um termo técnico, carrega um sentido profundo de respeito, reconhecimento e luta contra o preconceito.

Durante muito tempo, a sociedade se acostumou a usar palavras que reduziam pessoas ao vírus, como “aidético”. Além de incorretas, essas expressões reforçaram estigmas e criaram barreiras ainda maiores para quem vivia com o HIV. A mudança começou com os movimentos sociais, que exigiam ser chamados pelo que realmente são: pessoas.

Da sigla PVHA ao PVHIV

Nos anos 1990, com o fortalecimento da resposta global à epidemia, começou a circular a expressão PVHA (Pessoas Vivendo com HIV e Aids) em relatórios, campanhas e pesquisas. O Brasil também incorporou o termo em políticas públicas de saúde.

Com os avanços no tratamento, a Aids deixou de ser entendida como destino inevitável e o HIV passou a ser visto como uma condição crônica, controlável com terapia antirretroviral. Foi nesse contexto que a expressão PVHIV se consolidou, alinhada ao uso internacional em documentos da UNAIDS e da OMS.

Por que o termo PVHIV importa?
• Humaniza a comunicação: destaca que estamos falando de pessoas, e não de um vírus.
• Combate a sorofobia: a linguagem é ferramenta poderosa contra o preconceito.
• Atualiza o olhar: mostra que o HIV não é mais sinônimo de morte, mas de vida com saúde e dignidade.

O retrato no Brasil hoje

Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2023 do Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV. Desde 1996, o SUS garante tratamento gratuito com antirretrovirais, permitindo que qualquer pessoa em tratamento alcance a carga viral indetectável.

E quando a carga viral fica indetectável, vale a máxima reconhecida mundialmente: i=0 — indetectável é igual a intransmissível. Isso significa que uma pessoa vivendo com HIV, em tratamento e indetectável, não transmite o vírus.

Vozes e resistências

Movimentos comunitários e culturais, grupos de apoio e projetos sociais têm dado visibilidade às PVHIV. Eles mostram que viver com HIV é também viver com amor, afeto, sexualidade, trabalho, sonhos e celebrações.

Cada vez mais, o termo PVHIV simboliza não apenas uma condição de saúde, mas um movimento de empoderamento e de celebração da vida.

Referências
• Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2023. Brasília: MS, 2023. Disponível em: gov.br
• UNAIDS. Terminology Guidelines. Geneva: UNAIDS, 2015.
• World Health Organization (WHO). Consolidated Guidelines on HIV Prevention, Testing, Treatment, Service Delivery and Monitoring. Geneva: WHO, 2021.